segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Conheça alguns nós Escoteiros e aprenda a fazer passo a passo.


     1 - Âncora
     Conhecido por alguns como Nó de Marinheiro, e considerado por muitos o mais perfeito nó de união que existe, pois não escorrega facilmente, e é sempre fácil de desfazer, mesmo depois de um bom aperto.
      Como fazer:
 1. Em um dos cabo faça uma volta.
 2. Com o outro cabo passe por entre a primeira volta, e por entre as duas pontas do outro cabo.
 3. Volte passando o cabo por entre ele mesmo e a volta do primeiro cabo.
 4. Aperte o nó (conforme na figura).
     Atenção: as pontas terminam entrelaçadas e em lados opostos. 
 

      2- Arnês é usado para fazer uma alça fixa no meio da corda, é muito prática pois não utiliza as pontas da corda.
     Como fazer:
 1. Sem utilizar as pontas do cabo, faça um volta com o cabo.
 2. Passe por debaixo do cabo e por dentro da volta.
 3. Aperte o nó (conforme na figura).
     3 - Aselha é usado para fazer uma alça fixa no meio de um cabo.
     Como fazer:
 1. Utilizando um cabo duplo, faça um nó simples.
 2. Aperte o nó (conforme na figura).
      4  - Balsa pelo Seio
     É usado para fazer duas alças fixas do mesmo tamanho em uma corda.
     Como fazer:
 1. Utilizando um cabo duplo, faça um nó simples.
 2. Pegue a ponta em forma de volta e passe por detrás do nó.
 3. Aperte o nó (conforme na figura).

      5 - Cadeira de Bombeiro
      É o nó feito com duas alças amplas, uma para atuar sob os braços e a outra por trás dos joelhos, ficando as pontas do cabo livres para os casos de salvamento, sobretudo de certa altura, em casos de incêndio.
      Como fazer:
 1. Dê duas voltas no cabo, sobrepondo-os.
 2. Puxe os "lados" de cada um deles.
 3. Dê dois cotes, um em cada ponta das voltas.
 4. Aperte o nó (conforme na figura).

     6 - Catau é usado para encurtar a corda ou o cabo, sem cortá-lo.
     Este nó, também pode ser utilizado para isolar uma parte do cabo que esteja danificado.
     Como fazer:
 1. Com o cabo, faça um "S".
 2. Dê dois cotes, um em cada lado do "S".
 3. Aperte o nó (conforme na figura).

      7 - Escota
      É usado para unir dois cabos de diferentes espessuras, ou unir um cabo a uma argola.
      Este nó é muito importante, pois é com ele que amarramos a adriça à bandeira.
      Como fazer:
 1. Passe o cabo por dentro da argola.
 2. Dê a "volta na lagoa" (argola).
 3. Volte passando o cabo por entre a argola e a parte anterior do cabo.
 4. Aperte o nó (conforme na figura).

     8 - Falcaça
     É um método usado para evitar que as pontas de cordas se desfiem.
 A falcaça é muito utilizada, pois ela não cria um volume maior na corda.
     Como fazer:
 1. Mantenha uma parte do cabo em contato com a ponta da corda formando um "S".
 2. Dê voltas "firmes" em torno da corda, passando sobre o próprio cabo.
 3. Quando chegar à ponta da corda, passe a ponta do cabo por entre a argola previamente criada.
 4. Puxe a outra ponta do cabo (conforme na figura).  
     9 - Fateixa é usado para firmar um cabo à uma barra ou numa argola, proporcionando-nos amarrações firmes e seguras.

     Como fazer:
 1. Passe o cabo por dentro da argola duas vezes.
 2. Dê dois cotes, fazendo com que o primeiro passe por dentro das "voltas" do cabo (conforme na figura).

     10 - Lais de Guia
   
 É um nó de grande utilidade, quando necessita-se de uma volta, que não corra ou aperte.
     É o nó indicado para salvamentos, devendo a volta ser feita suficientemente larga para ser laçada ao peito e sob os braços da pessoa a ser socorrida.
     Como fazer:
 1. Faça um pequena volta com o cabo, e uma segunda volta maior.
 2. Passe o cabo por entre a primeira volta, e por detrás da outra ponta do cabo.
 3. Pela mesma volta que passamos inicialmente, passa-se o cabo outra vez.
 4. Aperte o nó (conforme na figura). 
 

     11 - Nó de Correr
   
 É usado quando precisamos usar uma alça corrediça, para pendurar pequenos objetos.
     Como fazer:
 1. Faça um nó simples.
 2. Passe a ponta do cabo por entre o nó.
 3. Aperte o nó (conforme na figura).

     12 - Nó de Forca É usado como laço, muito confiável, pois não desmancha sob tensão.
     Como fazer:
 1. Crie uma volta com seu cabo.
 2. Corra a ponta do seu cabo até a volta.
 3. Dê voltas pelo cabo, sendo que a primeira deve possuir um "nó simples".
 4. Passe a ponta do cabo por entre a volta.
 5. Aperte o nó (conforme na figura).
 Atenção: deve-se tomar extremo cuidado com esse nó e evitar brincadeiras. 

     13 - Nó de Pescador
     É usado para unir dois cabos. É muito utilizado, pois é seguro, e não se solta facilmente.
     Como fazer:
 1. Faça um nó simples com uma das pontas do cabo, envolvendo o outro cabo.
 2. Faça o mesmo com a outra ponta.
 3. Aperte o nó (conforme na figura).

     14 - Nó Direito É o nó mais popular de todos.
     É usado para unir dois cabos de mesma espessura.
     Como fazer:
 1. Este é o famoso nó do: "direito sobre esquerdo, e esquerdo sobre direito".
 2. Aperte o nó (conforme na figura).

     15 - Nó em Oito
     O nó em oito possui esse nome devido a sua aparência, não tinha percebido?
     Ele é usado para evitar que a ponta de uma corda se desfie.
     Pode ser também utilizado por montanhistas para unir dois cabos (nó em oito duplo).
     Como fazer:
 1. Faça uma volta.
 2. Faça uma segunda volta, passando-a por trás da ponta oposta do cabo.
 3. Passe por dentro da volta oposta.
 4. Aperte o nó (conforme na figura).

     16 - Volta da Fiel
     É usado para iniciar ou terminar amarras.
     Ele é muito importante, por ser a base de outros nós.
     O fiel não corre lateralmente e suporta bem tensão.
     Como fazer:
 1. Dê uma volta na superfície utilizada.
 2. Dê uma segunda volta sobrepondo a primeira.
 3. Passe a ponta do cabo por debaixo da segunda volta.
 4. Aperte o nó (conforme na figura).

     17  Volta da Ribeira
     É usado para iniciar amarra, ou para arrastar lenha.
     Este nó aperta a medida que a carga é aplicada, entretanto é fácil desfazê-lo.
    Como fazer:
 1. Dê uma volta no bastão.
 2. Passando em volta da primeira ponta, dê voltas na segunda porção do nó.
 3. Puxe a primeira ponta para fixar o nó (conforme na figura).

     18 - Volta do Salteador
     É usado para descer de lugares altos, com a necessidade de recuperar a corda utilizada na descida.
     Como fazer:
 1. Utilize um cabo duplo que sustente um grande peso.
 2. Com o cabo duplo crie uma volta em contato com o galho/bastão.
 3. Com uma das pontas do cabo crie outra volta passando por dentro da primeira.
 4. Com a outra ponta crie outra volta passando por dentro da segunda.
 5. Puxe o primeiro cabo para apertar o nó (conforme na figura).

 

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

13° Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Comunitária


MOBILIZE O SEU GRUPO!
De 10 de setembro à 09 de outubro de 2011
Alimentação e Nutrição são os temas do próximo Mutirão Nacional Escoteiro de Ação Comunitária. Estes temas são de grande importância, pois além de visibilidade e espaço na mídia, oferecem oportunidade de desenvolvermos nos jovens o espírito de serviço através de atividades de grande relevância e valor social.
A Equipe de Organização já está com a programação adiantada e você pode saber tudo que está acontecendo no site da atividade, em http://mutcomescoteiro.com/ Acesse já e confira.

Lembramos que quase todas as Regiões Escoteiras já indicaram os Representantes Regionais, embaixadores da atividade e que atuarão próximos aos Grupos Escoteiros. Confira no site quem é o representante da sua Região e faça contato com ele.
Vamos fazer juntos o maior de todos os Mutirões Escoteiros.
Alimente esta Ação!
SAPS!
Altamiro Vilhena
Coordenador XIII MutCom

Arquivos Relacionados

Links Relacionados

Mutcom 2011 feito pelo 1º GE Guia Lopes/PE
Fonte: Gazeta Nossa


sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Aprovado projeto que permite uso de prédios públicos por escoteiros

Pequeno Expediente - dep. Sarney Filho (PV-MA)
Sarney Filho: projeto contribui para desenvolvimento da cidadania.
A Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania aprovou na última terça-feira (2) o Projeto de Lei 1050/07, do deputado Otavio Leite (PSDB-RJ), que autoriza a utilização de áreas e prédios públicos, em horário compatível ao seu funcionamento, por grupos oficiais de escoteiros e bandeirantes. O projeto foi aprovado em caráter conclusivo e seguirá para análise do Senado, caso não haja recurso para apreciação pelo Plenário da Câmara.
Pela proposta, a autorização valerá para as áreas integrantes do Sistema Nacional de Unidades de Conservação (Snuc), as unidades militares e os prédios públicos em geral, em especial as escolas.
O parecer do relator, deputado Sarney Filho (PV-MA), foi favorável ao projeto e à emenda aprovada na Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável. A emenda exclui das áreas que poderão ser utilizadas as estações ecológicas e as reservas biológicas, já que são unidades de conservação com alto grau de restrição. Além disso, prevê que, para a realização de atividades em unidades de conservação ambiental, seja observado o seu plano de manejo.
O relator considerou “louvável a utilização dos espaços do poder público para práticas de grupos oficiais de escoteiros e bandeirantes, que contribuem para o pleno desenvolvimento da cidadania, com atividades que melhoram o condicionamento físico e mental, ético e social dos cidadãos envolvidos”. Ademais, afirma, “essa já é uma prática comum e que tem contribuído para a formação do caráter e da personalidade desses jovens”.
Conservação e manutenção
Segundo o projeto, o poder público garantirá, sempre que possível, a infraestrutura adequada das áreas a serem utilizadas pelos escoteiros e bandeirantes, com banheiros e sistemas de energia, iluminação e segurança.
Os grupos deverão requerer o espaço diretamente aos titulares do órgão ou unidade em que pretendem implantar suas atividades, detalhando horários e programas de trabalho. Caso o uso do espaço público seja autorizado, a responsabilidade pela sua conservação e manutenção será dos grupos de escoteiros e bandeirantes, que poderão ficar impedidos de usar outros locais, caso não respeitem essa obrigação.

Fotos do evento realizado no último dia 6 de Agosto no Intituto Zulmirinha Veras


quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Jamboree Mundial é notícia na Veja


 Terminou neste sábado o 22º Acampamento Mundial Escoteiro. Foi o maior da história, com 40.061 adolescentes e adultos, de 146 países. Também foi a segunda maior delegação brasileira presente em um evento do gênero, com 814 pessoas. Eles viveram em barracas durante 12 dias, em Rinkaby, na Suécia. Para acomodar tantas pessoas, é necessário construir uma verdadeira cidade, com ruas, avenidas, bancos, lojas, restaurantes e até bairros para as tendas, os subcampos. E tudo isso é desmontado após o encerramento.
O tema do evento foi Simplesmente Escotismo e procurou resgatar valores caros ao movimento, como a paz, o voluntariado, a vida saudável ao ar livre e ecologia. O Jamboree, como é chamado, acontece de quatro em quatro anos e, para os escoteiros, equivale aos Jogos Olímpicos ou à Copa do Mundo - com a diferença de que, no acampamento, o objetivo não é competir e ganhar medalhas e, sim, fazer amigos. Para isso, muitas atividades educativas e jogos em grupo, em que jovens de diversas partes do globo têm de se misturar para completar as tarefas.

Sustentabilidade também foi um tema que mereceu destaque. Além de debates e workshops sobre reciclagem, desenvolvimento sustentável e energias renováveis, todo o lixo orgânico foi transformado em biogás. Este também foi o primeiro acampamento que contou com internet wi-fi em todo o campo e um app exclusivo (iPhone e Android) para os participantes.
A cerimônia de encerramento teve shows de artistas europeus, como a sueca Sanna Nilsen, a belga Kate Ryan e a banda de metal Europe, e contou com a presença de Gustaf, rei da Suécia, que também é escoteiro. O rei, emocionado, fez um breve discurso, enfatizando a importância do evento: "O Escotismo prepara os jovens para a vida". A sempre simpática rainha Silvia, filha de brasileira e que viveu em São Paulo durante a infância, trocou vestidos e tailleurs por um amarelíssimo casaco da delegação sueca.

O próximo acampamento mundial acontece em 2015, no Japão.

O Escotismo — Fundado na Inglaterra, em 1907, por Robert Stephenson Smyth Baden-Powell, um oficial do exército inglês, com o objetivo de promover atividades mais saudáveis às crianças, o Escotismo, hoje, é o maior movimento jovem mundial. São mais de 30 milhões de escoteiros e escoteiras espalhados por 161 países, segundo dados do World Scout Bureau. Escoteiros famosos incluem: o cineasta Steven Spielberg, o apresentador de TV Bear Grylls, o CTO da HP, Phil McKinney, o astronauta Buzz Aldrin, a atriz global Adriana Birolli e a rainha da Holanda, Beatrix.

Fonte: http://veja.abril.com.br/noticia/internacional/acampamento-mundial-de-escoteiros-termina-com-recorde-de-participacao


terça-feira, 2 de agosto de 2011

Quem foi Robert Baden-Powell?

Baden-Powell
Lord Baden-Powell of Gilwell
Nome completo Robert Stephenson Smyth Baden-Powell
Outros nomes Lord Baden-Powell of Gilwell, B-P
Conhecido(a) por Fundador do Escotismo ou B.P
Nascimento 22 de Fevereiro de 1857
Londres, Inglaterra
 Reino Unido
Morte 8 de janeiro de 1941 (83 anos)
Nairobi, Província de Nairobi
 Quênia
Nacionalidade britânica
Cônjuge Lady Olave Baden-Powell
Ocupação Militar, Escoteiro Chefe Mundial
Serviço militar
Patente Tenente-General

Robert Stephenson Smyth Baden-Powell (Londres, 22 de Fevereiro de 1857Nairobi, 8 de Janeiro de 1941) foi um tenente-general do Exército Britânico, fundador do escotismo ou escutismo.
Seu pai era o reverendo Baden Powell, professor catedrático em Oxford. Sua mãe era filha do almirante inglês W. T. Smyth. Seu bisavô, Joseph Brewer Smyth, tinha ido como colonizador para Nova Jersey (Estados Unidos) mas voltou para a Inglaterra e naufragou na viagem de regresso.
Seu pai morreu quando Robert Baden-Powell tinha 4 anos, deixando a sua mãe com sete filhos, dos quais o mais velho não tinha ainda 14 anos. Robert viveu uma bela vida ao ar livre com seus quatro irmãos, excursionando e acampando com eles em muitos lugares da Inglaterra.
Em 1870 Baden-Powell (B-P) ingressou na Escola Chaterhouse em Londres com uma bolsa de estudos. Não era um estudante que se destacasse especialmente dos outros, mas era um dos mais vivos.

Início da carreira militar

Aos 19 anos, Baden-Powel terminou os estudos na Escola Charterhouse e aceitou imediatamente uma oportunidade de ir à Índia como subtenente do regimento que formara a ala direita da cavalaria na célebre "Carga da Cavalaria Ligeira" da Guerra da Criméia.
Além de uma carreira excelente no serviço militar (chegou a capitão aos vinte e seis anos), ganhou o troféu desportivo mais desejado de toda a Índia, o troféu de "sangrar o porco", caça ao javali selvagem, a cavalo, tendo como única arma uma lança curta. Vocês compreenderão como este desporto é perigoso ao saber que o javali selvagem é habitualmente citado como "o único animal que se atreve a beber água no mesmo bebedouro com um tigre".
Em 1887, B-P participou da campanha contra os Zulus na África. Foi ascendido a Major en 1889, e em Abril de 1896 dirigiu uma expedicão contra os matabele em Rodésia.
Dias depois de uma revolta de negros que massacraram 300 colonos britânicos, o coronel cercou o chefe dos guerreiros chamado Uwini com mais de 350 soldados.
Os ingleses prometeram poupar a vida aos guerreiros em troca da rendição. As autoridades civis pediram que ele fosse entregue para ser preso, porem Baden, recusou e mandou-o executar com o argumento de que ameaçava os britânicos. Em 2009, Robin Clay, neto de Baden-Powell, desculpou-o no Times: "Todos cometemos erros. Na guerra as emoções estão ao rubro. Faz-se o que se pensa estar certo."
Esta era um época formativa para B-P não só porque ele tinha a época da vida dirigindo missões como chefe do reconhecimento no território inimigo na Rodésia, mas também porque muitas das suas ideias mais recentes do escotismo se arraizaram aqui. Foi nesta guerra que ele começou uma amizade com o escuteiro americano celebrado Frederick Russell Burnham, que o introduziu ao ponto de ebulição a maneira do Oeste americano e do woodcraft (escotismo), e aquí que ele usou seu chapéu Stetson pela primeira vez.[4] Mais tarde B-P participou na campanha contra a tribo dos Ashantís. Os nativos temiam-no tanto que lhe davam o nome de "Impisa", o "lobo-que-nunca-dorme", devido à sua coragem, à sua perícia como explorador e à sua impressionante habilidade em seguir pistas.
As promoções de B-P na carreira militar eram quase automáticas tal a regularidade com que ocorriam até que, subitamente se tornou famoso.
"Baden-Powell é um scout maravilhosamente capaz e rápido em esboços. Não conheço outro que poderia ter feito o trabalho em Mafeking se as mesmas circunstâncias fossem impostas. Todos os bocados do conhecimento que recolheu estudiosamente foram utilizadas na protecção da comunidade".
Extrato O sitio de Mafeking abandonado pelos Boeres, Frederick Russell Burnham entrevistado por o jornal Times of London, 19 Maio 1900).
Corria o ano de 1899 e Baden-Powell tinha sido promovido a Coronel. Na África do Sul começava uma agitação e as relações entre a Inglaterra e o governo da República de Transval tinham chegado ao ponto do rompimento. B-P recebeu ordens de organizar dois batalhões de carabineiros montados e marchar para Mafeking, uma cidade no coração da África do Sul. "Quem tem Mafeking tem as rédeas da África do Sul", era um dito corrente entre os nativos, que se verificou ser verdadeiro.
Veio a guerra dos Boers, e durante 217 dias (a partir de 13 de Outubro de 1899) B-P defendeu Mafeking cercada por forças esmagadoramente superiores do inimigo, até que tropas de socorro conseguiram finalmente abrir caminho lutando para auxiliá-lo, no dia 18 de maio de 1900.
B-P, promovido agora ao posto de major-general, tornou-se um herói aos olhos de seus compatriotas. Foi como um herói dos adultos e das crianças que em 1901 ele regressou da África do Sul para a Inglaterra e descobriu, surpreso, que a sua popularidade pessoal dera popularidade ao livro que escrevera para militares: Aids to Scouting (Ajudas à Exploração Militar). O livro estava sendo usado como um compêndio nas escolas masculinas. B-P viu nisto um desafio. Compreendeu que estava aí a oportunidade de ajudar a juventude.
Ideia do escotismo
Se um livro para adultos sobre as actividades dos exploradores podia exercer tal atracção sobre os rapazes e servir-lhes de fonte de inspiração, outro livro, escrito especialmente para rapazes, poderia despertar muito maior interesse. Burnham ficou conhecido pelos serviços prestados no exército colonial britânico e por ter ensinado woodcraft a Baden-Powell, sendo está uma das influências mais notaveis do fundador do escotismo. A amizade entre os dois resultou anos depois na formulação didática do escotismo.
Pôs-se então a trabalhar, aproveitando e adaptando sua experiência na Índia e na África entre os Zulus e outras tribos selvagens. Reuniu uma biblioteca especial e estudou nestes livros os métodos usados em todas as épocas para a educação e o adestramento dos rapazes, desde jovens espartanos, os antigos bretões, os peles-vermelhas, até os nossos dias. Lenta e cuidadosamente, B-P foi desenvolvendo a ideia do escotismo. Queria estar certo de que a ideia podia ser posta em prática, e por isso, no verão de 1907 foi com um grupo de 20 rapazes separados por 4 patrulhas (Maçarico- Real, Corvo, Lobo, Touro) para a Ilha de Brownsea, no Canal da Mancha, para realizar o primeiro acampamento escuteiro que o mundo presenciou. O acampamento teve um completo êxito.
Nos primeiros meses de 1908, lançou em seis fascículos quinzenais o seu manual de adestramento, o "Escotismo para Rapazes" sem sequer sonhar que este livro iria por em acção um movimento que afectaria a juventude do mundo inteiro.
Mal tinha começado a aparecer nas livrarias e nas bancas de jornais e já surgiram patrulhas e tropas de escuteiros não apenas na Inglaterra, mas em muitos outros países. O movimento cresceu tanto que em 1910, B-P compreendeu que o Escotismo seria a obra a que dedicaria a sua vida. Teve a visão e a fé de reconhecer que podia fazer mais pelo seu país adestrando a nova geração para a boa cidadania do que preparando meia-dúzia de homens para uma possível futura guerra.
Pediu então demissão do Exército onde havia chegado a tenente-general e ingressou na sua "segunda vida", como costumava chamá-la, sua vida de serviço ao mundo por meio do Escotismo.
Em 1912, fez uma viagem à volta do mundo para contactar os escuteiros de muitos outros países. Foi este o primeiro passo para fazer do Escotismo uma fraternidade mundial.
A Primeira Guerra Mundial momentaneamente interrompeu este trabalho, mas com o fim das hostilidades foi recomeçado, e em 1920 escuteiros de todas as partes do mundo reuniram-se em Londres para a primeira concentração internacional de escuteiros: o Primeiro Jamboree Mundial. Na última noite deste Jamboree, a 6 de Agosto, B-P foi proclamado "Escuteiro-Chefe-Mundial" sob os aplausos da multidão de rapazes.
O Movimento Escuteiro continuou a crescer. No dia em que atingiu a "maioridade" completando 21 anos contava com mais de 2 milhões de membros em praticamente todos os países do mundo. Nesta ocasião, B-P recebeu do rei Jorge V a honra de ser elevado a barão, sob o nome de Lord Baden-Powell of Gilwell. Mas apesar deste título, para todos os escuteiros ele continuou e continuará sempre sendo B-P, o Escuteiro-Chefe-Mundial.
Quando suas forças afinal começaram a declinar, depois de completar 80 anos de idade, regressou à sua amada África com a sua esposa, Lady Olave Baden-Powell, que fora uma entusiástica colaboradora em todos os seus esforços, e que era a Chefe-Mundial das "Girl Guides" (Guias), movimento também iniciado por Baden-Powell.

Nos últimos dias

Fixaram residência no Quénia, num lugar tranquilo e com um panorama maravilhoso: florestas de quilómetros de extensão tendo ao fundo montanhas de picos cobertos de neve. Foi lá que morreu B-P, em 8 de Janeiro de 1941, faltando um pouco mais de um mês para completar 84 anos de idade.

Carta aos monitores de patrulha

"Quero que vocês, guias de patrulha, entrem em ação e adestrem suas Patrulhas inteiramente sozinhos e ao seu jeito porque, para vocês, é perfeitamente possível pegar cada rapaz da Patrulha e fazer dele um bom camarada, um verdadeiro Homem. De nada vale ter um ou dois rapazes admiráveis e o resto não prestar para nada. Vocês devem fazer deles inteiramente bons.
Para conseguir isso, a coisa mais importante é o próprio exemplo, porque, o que vocês fizerem, os seus Escoteiros farão.
Mostrem a todos eles que vocês sabem obedecer às ordens dadas, sejam elas ordens verbais, ou sejam regras que estejam escritas ou impressas; e que vocês cumpram as ordens, esteja ou não o Chefe escoteiro presente. Mostrem que conseguem conquistar distintivos de Especialidades e, com um pouco de persuasão, os seus rapazes seguirão o seu exemplo.
Mas, lembrem-se que vocês devem guiá-los, e não empurrá-los.
Baden-Powell of Gilwell."

Carta de despedida

"Escuteiros: Se vocês tiverem visto a peça "Peter Pan", deverão estar lembrados de que o chefe-pirata estava sempre fazendo o seu "discurso de moribundo", porque receava que, possivelmente, quando chegasse a hora de ele morrer, não tivesse mais tempo para dizer tais coisas.
Acontece quase a mesma coisa comigo e, assim, e embora neste momento eu não esteja morrendo - qualquer dia destes eu morrerei - , quero enviar a vocês uma palavra de despedida. Lembrem-se de que será a última vez que vocês ouvirão minhas palavras. Portanto, pensem bem nelas. Eu tenho tido uma vida muito feliz e quero que cada um de vocês também tenha uma vida feliz. Acredito que Deus nos colocou neste mundo alegre para que sejamos felizes e para aproveitarmos a vida. A felicidade não provém do fato de ser rico, nem meramente de ter sido bem sucedido na carreira; e, tampouco, de sermos indulgentes para com nós mesmos. Um passo na direção da felicidade é o de tornar-se saudável e forte enquanto se ainda é jovem, de sorte que possa vir a ser útil e aproveitar a vida quando for homem.
O estudo da natureza mostrará a vocês quão repleto de coisas belas e maravilhosas Deus fez o mundo para vocês aproveitarem. Alegrem-se com o que receberam e façam bom proveito disso. Olhem para o lado bom das coisas, ao invés do lado ruim delas. Contudo, a melhor maneira de obter felicidade é proporcionar felicidade à outras pessoas. Tentem deixar este mundo um pouco melhor do que o encontraram e, quando chegar a vez de morrerem, possam morrer felizes com o sentimento de que, pelo menos, não desperdiçaram o tempo, mas fizeram o melhor que puderam. Estejam preparados, desta maneira, para viverem e morrerem felizes, sempre fiéis à Promessa Escuteira, até mesmo depois que deixarem de ser jovens - e que Deus os ajude a cumpri-la. Vosso amigo, Baden-Powell."

Livros

  • Escotismo para rapazes (Scouting for Boys)
  • A Caminho do Triunfo (No Brasil, tem o nome de "Caminhos para o Sucesso")
  • Educação pelo amor em substituição à educação pelo medo
  • Lições para a escola da vida
  • Aids to Scouting

Encontro regional

 Encontro regional na cidade de Lucrécia, reúne Escoteiros da região oeste do estado. Além dos anfitriões, estiveram também o grupo de Pau dos Ferros, José da Penha e o Grupo de Escoteiros António Dantas de Araújo da cidade de Alexandria.